terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Verão – muito mais pulgas e carrapatos

Nessa época do ano em que estamos finalizando, o verão, aumenta o número de ectoparasitas, como pulgas, carrapatos e piolhos, pois o clima nesses meses do ano aqui no Brasil favorece suas procriações e permanências no ambiente. Contudo, os seres mais afetados com isso são os animais, tanto os de companhia, como cães e gatos, como os de produção e esportes, como por exemplo, bovinos e eqüinos, respectivamente.

O mito de que esses parasitas só infestam os animais de companhia quando os mesmos estiverem em sítios ou fazendas que têm pastos com grandes animais já está ‘caindo de moda’, pois os donos de cães e gatos estão percebendo que mesmo aqueles animais que moram em apartamento, só saindo para fazer um xixi na graminha do prédio ou dar uma voltinha no quarteirão, também podem apresentar algumas pulgas e/ou carrapatos. Aqui na cidade de São Paulo, por exemplo, muitos parques e praças estão infestados com ectoparasitas, e isso se dá por causa do nosso clima favorável, claro, mas principalmente pelo grande aumento da população de cães e gatos nos grandes centros urbanos, e também pela grande quantidade de ‘animais de rua’, que são os mais suscetíveis, espalhando-os por todo lado.

Os cães podem se infestar com pulgas e/ou carrapatos facilmente, já os gatos se infestam principalmente com pulgas, que muitas vezes não são visíveis por causa do hábito de se lamber que esses animais apresentam. Os ectoparasitas normalmente, na teoria, são específicos de cada espécie animal, mas na prática vemos que a ‘pulga do gato’, por exemplo, pode infestar um cão, e assim por diante; resumindo, as espécies têm seus ectoparasitas específicos, mas também podem se infestar com os de outra espécie. As pulgas dos animais podem ir no ser humano quando o ambiente está infestado e é feita a retirado do animal desse ambiente – os animais possuem a temperatura corpórea mais elevada que a nossa, favorecendo a preferência da pulga.

Cabe lembrar que tanto pulgas como carrapatos podem transmitir determinadas doenças para cães e gatos, como por exemplo, Hemobartonelose, Erlichiose e Babesiose. Portanto, a lição mais importante desse texto é: ‘Prevenir ao invés de tratar’, que é muito melhor para seus ‘companheiros’, os impedindo de contrair alguma dessas doenças.

Existem vários produtos para prevenção e tratamento, portanto consulte seu Veterinário para uma orientação correta.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Otites em cães – como prevenir?

Otite é a inflamação dos ouvidos. Vamos falar da otite externa, que é a mais comum e conhecida por quase todos os proprietários de cães. Resumidamente, as otites dos cães podem ser inflamatórias, bacterianas, fúngicas ou causadas por ácaro, que são muito comuns em filhotes e ocorre transmissão direta para outros cães. Normalmente são primárias (pele dos ouvidos mais sensível ou proliferação da própria flora bacteriana ou fúngica desses ouvidos – ambas estão relacionadas com a predisposição do próprio animal) ou secundárias a algum agente agressor, como por exemplo, a água em excesso ou a alguma doença pré-existente, como por exemplo, a dermatite alérgica.

O diagnóstico pode ser firmado através de exames laboratoriais das secreções coletadas pelo médico veterinário.

Normalmente, o tratamento é um pouco trabalhoso e longo, mas se os animais obedecerem aos donos e deixarem ser manipulados, tudo se torna mais fácil – se baseia em limpeza dos condutos auditivos e colocação de medicação tópica por um período longo, e auxílio com medicações sistêmicas, quando o clínico veterinário julgar necessário.

Agora o mais importante – o que fazer para prevenir o aparecimento dessas otites? Bom, a prevenção é super importante principalmente nos animais predispostos, pois a recidiva dessas otites pode fazer com que o quadro se torne crônico e de difícil controle, e, portanto, devemos proceder da seguinte forma: manter limpezas frequentes dos ouvidos com produtos apropriados e com orientação médica, evitar que entre água nos condutos, não deixar as orelhas molhadas ou úmidas após uma chuva, por exemplo, não deixar excesso de pêlos nos ouvidos, o que faz deixar a região abafada e suscetível à doença, e principalmente, observarem sempre a região dos ouvidos procurando ‘vermelhidão’ ou excesso de secreção e/ou qualquer sinal de otite, que pode ser prurido (coceira) em excesso, chacoalhar da cabeça exacerbadamente, lesões (feridas) de pele próximas das orelhas, e, em casos mais graves, perda de apetite e apatia.

Cabe lembrar, que, mesmo procedendo corretamente de forma preventiva, alguns animais podem apresentar otite, mas de uma forma mais branda, pois o proprietário atento e participante na rotina desses animais sempre percebe algo diferente logo nos estágios iniciais da doença.

E para finalizar, uma dica – sempre manipulem bastante seus animais quando filhotes (mexer nas orelhas, limpar os ouvidos, segurar patas e rabo, abrir a boca, colocar a mão no comedouro enquanto ele se alimenta,...), pois assim vocês conseguem o respeito como proprietários, e fazem o que quiserem para o bem deles, como, neste caso, conseguir tratar um ouvido por mais de duas semanas, caso contrário, será um caos, além de não obtermos um bom resultado final.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Cães abandonados - cada vez mais...

Infelizmente, muitos "proprietários" de animais ainda nos decepcionam quando o assunto é abandono. Cães e gatos, tanto adultos como filhotes, dão trabalho e despesas, e por isso que devemos pensar bem antes de adquirí-los. É preciso gostar, conhecer e estar certo de que é hora de ter um deles em casa, porque depois é só alegria, pois o carinho e a fidelidade que esses animais nos retribuem supera e torna prazeroso qualquer trabalho que eles possam nos dar, como por exemplo, trocar jornais com fezes e urina, comprar ração e colocá-la corretamente nos seus horários, ensinar-lhes as regras da casa, deixar de viajar algumas vezes, enfim, muitos outros cuidados que qualquer ser vivo necessita.

Resolvi escrever um pouco sobre esse assunto após ler uma matéria no jornal Metro de ontem, que dizia que denúncias de abandono de cães na cidade de São Paulo recebidas por instituto de proteção crescem 150% em janeiro deste ano, onde a média de ligações por dia nesse mês pulou de 100 para 250, segundo o diretor da IPAB (Instituto de proteção aos animais do Brasil) - como ele mesmo diz, "é uma verdadeira febre de irresponsabilidade". Ele diz que os abandonos normalmente aumentam no final do ano, no mês de dezembro, mas que em janeiro volta ao normal; diz acreditar que pode estar relacionado com a crise econômica que estamos enfrentando - "A pessoa fica sem dinheiro e estressada. Quem paga a conta é o animal", diz.

O CCZ (Centro de controle de zoonoses) relatou que abriga hoje cerca de 100 animais (cães e gatos), e a média de adoções em 2008 foi de 90 animais por mês, mas já a ONG Cão sem dono, possui no momento cerca de 90 animais, dos quais apenas 5 por mês, em média, recebem um novo lar.

Desde abril do ano passado, lei estadual proíbe o sacrifício desses animais, que era utilizado como método de controle populacional - muitos desses animais são portadores de zoonoses (doenças transmitidas para os seres humanos), deixando a 'saúde pública' em grandes riscos.
Portanto, como disse no início do texto, todos nós devemos pensar muito bem antes de decidir ter um animal de estimação em casa - procurar conhecer cada espécie, cada raça, enfim, todas particularidades e cuidados relacionados com cada um deles, para que a convivência seja excelente e só traga alegria para ambos. Orientem conhecidos sobre o assunto, e nunca apoiem compras por impulso, como acontecem, por exemplo, em shopping center que tem loja de animais com vários filhotes lindos na vitrine de vidro.
Eu tenho muitos clientes que estão optando pela adoção de cães e gatos, mas quando a opção é adquirir filhotes de raça, recomendo e indico bons criadores conceituados na nossa cinofilia e gatofilia, pois estes, diferentes dos comerciantes de cães, não vendem filhotes para qualquer um, e sim procuram conhecer as características dos interessados para ter certeza de que determinada raça se 'encaixe' na rotina e nos hábitos dessas pessoas, para não ter problemas no futuro, como por exemplo o abandono e maus tratos.
Vejam este vídeo e divulguem - mostra bem o que sente um cão abandonado, ilustrando um pouco do que estamos falando: http://www.youtube.com/watch?v=mBCAJhiaszM

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Insuficiência Renal – cães e gatos

A Insuficiência Renal (IR) é uma doença muito grave que acomete, com muita freqüência, os cães e gatos com idade mais avançada, na maioria dos casos. Junto com o Câncer, estatisticamente está como uma das maiores causas de morte entre esses animais e o próprio ser humano, mas não quero que fiquem assustados, vou escrever um pouco sobre o assunto, e assim vocês poderão entender melhor.

IR é a perda da função da maior parte das células que compõe um rim, e que são chamadas de néfrons. Ela pode ser primária, quando essas células vão se degenerando com o passar do tempo, ou secundária a algum agente agressor como bactérias específicas, imuno-complexos (ligação antígeno-anticorpo) formados em determinadas infecções no organismo etc.; doenças congênitas podem ocorrer raramente, onde o animal já nasce com perda parcial ou total da função renal. E, além disso, ela pode ser aguda (de forma repentina) ou crônica, que vai se manifestando aos poucos, e é o que acontece com os animais idosos – todas as células do corpo vão degenerando com o tempo, e muitas vezes o órgão perde a sua função.

As doenças mais comuns que causam IR aguda são a Piometra (infecção uterina), Leptospirose (transmitida pela urina dos ratos) e Cálculos Renais, dentre outras. Algumas medicações em longo prazo podem também lesar os rins.

Os sintomas mais comuns são sinais de intoxicação como vômito, diarréia, mau hálito e andar cambaleante, pois os rins eliminam do nosso organismo todas as substâncias tóxicas que devem ser excretadas. Na IR aguda, o animal pára de urinar, e já na IR crônica, o mesmo ingere muita água e urina bastante, consequentemente, pois o próprio organismo tenta compensar a função dos rins fazendo com que o animal beba grande quantidade de água.

O diagnóstico é feito através de exames de sangue como Função Renal e Hemograma associados com Ultrassonografia abdominal ou Tomografia, que é bem incomum na Medicina Veterinária por causa do custo.

Com o tratamento instituído, não existe cura, mas sim controle. Normalmente se baseia na Fluidoterapia associada com algumas medicações necessárias em cada caso; a Hemodiálise, que é utilizada para controle de pacientes humanos crônicos, é pouco usada em animais também por causa do custo das seções, mas já existem no Brasil clínicas veterinárias especializadas nesse tratamento. O resultado positivo consiste em fazer com que os rins voltem a ‘trabalhar’ normalmente, para que possamos controlar sua função com alimentação específica.

Muitos animais conseguem manter a doença controlada por anos, mesmo apresentando algumas crises no decorrer – gatos convivem melhor que os cães com a IR. Mas infelizmente muitos organismos desses animais não conseguem reverter o quadro, levando os mesmos a óbito.

2009 - o começo de mais um ano...

Estamos começando mais um ano, e sempre com muitas promessas, esperanças ou até mudanças - isso é bom, pois acho que o que ficou para trás já passou, e nada de arrependimentos, fica apenas a lembrança boa ou ruim; vivam um dia após o outro, aproveitando cada momento, transformando esse ano novo em muita felicidade, vitórias e realizações.

Vamos estar cada vez mais presentes com nossas famílias, amigos, pessoas que gostamos, e lógico, com nossos queridos animais de estimação. E falando em animais, lembrem sempre que prevenção é tudo, portanto não esqueçam das vacinas anuais, vermifugações, controle de pulgas e carrapatos, prevenção do 'verme do coração' para cães que costumam viajar para praia ou represas, ou residem nesses locais, procurem dar uma alimentação de qualidade, enfim, dessa forma evitamos muitos problemas futuros, proporcionando bastante qualidade de vida para esses 'amigões'.

Feliz 2009 para todos!

Daniel Lima